Recebe-o. é tudo o que tenho
“Recebe-o. é tudo o que tenho”, crónica na Bird Magazine, para ler aqui . Obrigo-me a desligar o rádio, o silêncio súbito orvalha a noite e ascende à abóbada escura que encima o horizonte. Quanto mais o circense barulho me veste no dia, mais a noite se acomete ao meu regaço, passando-me a mão pelo ombro e convidando-me a erguer o meu zénite. A estrada e seus afluentes, os quais rapidamente perscruto enquanto conduzo, descoloriram-me a íris. Por entre um outro minuto, uma saca de dióspiros coroa a tarde na sua indumentária real e um desejo sincero de felizes festas traduz ainda o que sobra da natividade. O desenfreado galopar movendo pernas apressadas, aprisionadas, percorrem galerias que vendem tudo o que não preciso. Talvez por tudo não querer, tudo me saiba a ter o nada que tanta falta me faz, a inexistente alva veste, cujos padrões coloro com dedos finos, rechonchudos, gretados e infantis, que já não possuo. Aguardo as vésperas da véspera do Teu aniversário. Tal como criança, olha...