Invisibilidade
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“Invisibilidade”, crónica do Nada , no Correio do Porto, para ler abaixo ou aqui . A cacofonia desvairada do comentador e o arfar animalesco de quem ao balcão vocifera contra uma decisão do árbitro perturba-me, desvio a contemplação e esbarro na invisibilidade da montra, onde o vidro duplo duplamente protege da amálgama sonora, sem permitir que se imiscuam barulhos e ruídos, a qualquer hora, internos e externos ao café. Por vezes, nem consigo auscultar a minha fé. Sons/somos cada vez mais distantes. Vejo-o subir o degrau de acesso ao café num cambalear, sem vislumbrar a porta de entrada. Dá um passo atrás e enceta um par doutros arrastando a mão suada na vitrina até cruzar o olhar comigo. Sacode os ombros, ergue as sobrancelhas, aponta para dentro e pergunta fitando-me, a mímica não se faz entender a quem não ouve, ou houve, ao qual respondo apontando a porta onde há segundos tinha estado. Empurra o fino e frio cilíndrico puxador de inox duas vezes, troando como quem bate à porta d