Nesta imensidão do infinito, aterrar nesta pequena fracção de pixel, onde o denominador comum é a solidão que atravessamos, enquanto corpo, por um espaço que nem sabemos sequer existir, coexistir, o quão de maravilhoso é a vida, as vidas, os sorrisos que nunca trocamos e os arco-íris que vagueiam por aí. E acima deste infinito, a própria eternidade, os caminhos que construímos, as distâncias que se aumentam de cada vez que nos negamos. O que vestimos, o que despimos, de nós e dos outros. Pouco resta no final de um dia humano que se possa transcender às imagens do que somos, além de um abraço, um sorriso e saber, que por entre estrelas ou galáxias, todos somos um pequeno ponto luminoso, brilhante ou opaco, a flutuar num espaço que não sabemos ser. Sim, tenho, por vezes, saudades de minha Casa.
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Provavelmente trazida pelo vento, a mudança vai chegando como dentes-de-leão à deriva. E eu sonho que me leve, para um interior quase esquecido, onde lá, aqui dentro, possa fazer uma casa do tamanho de uma aldeia e caiba lá todo o mundo que me vai banhando quando suspiro (e vejo a areia escorrer). Começo a não ter paciência para este modelo degradado.
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Olho em volta e, de repente, estou noutro mundo. As coisas simples estão tão distantes e desvalorizadas, que gostar de sentir a chuva parece despropositado. Lentamente, cercam-nos, criam-nos criados, serventes de uma sistema decadente. Governados sem escrúpulos, enfermos de vida, carentes de ratings em que ser é ter, mais e mais, correndo cada vez mais depressa para longe de nós mesmos. Ofereço-me para ir para uma aldeia do interior, com um curso de água perto, árvores que me atirem sombra em dias de Sol e ruídos em dias de chuva e tempestade. Viver, o supra objectivo desta presença efémera no planeta, passou a ser uma guerra, uma feira de vaidades onde todos são Reis, nus.
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Ouço as pessoas falarem do tempo, do mau tempo, do bom tempo, de como isto está diferente, como era antes, como deveria ser. Enoja-me este lamuriar (não de quem na verdade é afectado) por algo que não se controla, nomeadamente o tempo, o clima, algo que na nossa demanda neste planeta temos vindo a destruir. No meio deste planeta, é difícil não nos sentirmos vírus.
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Ainda não saí do escritório hoje, desde que aqui entrei. A porta aberta permite-me ver apenas a porta do escritório em frente. Valem-me as nuvens que vão entrando e trazendo casas de xisto, telhados a fumegar, o sino das capelas espalhadas pelos montes e, de vez em quando, uma outra outra ovelhita que espreita e foge assustada, nem eu nem ela percebemos o que anda aqui a a fazer.
Carranca
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O zap, enquanto a comida não fica pronta, resulta por vezes em surpresas agradáveis e muitas vezes com um resgate de emoções que por vontade alheia se vão enterrando na areia que transportamos para as nossas vidas. Paro na RTP Memória, ouço o genérico do Verão Azul e, imediatamente, esqueço-me de onde estou. Por momentos desço a rua (agora tem outro nome, comprido, antes era rua, aliás, todas as ruas eram a rua) com os amigos do costume, assobiando... De repente, sei-o, tenho em mim aquela vontade, ingénua talvez, de ter um barco e um grelhador e lá em cima, do grelhador e das brasas, umas sardinhas, uma música, a vista para o mar e para um punhado de amigos que vão chegando, a assobiar. Pergunto-me em que fase da minha vida passarei a ser adulto, desses carrancudos.
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Acordo quase todos os dias às 5:32... Há uma semana. 5:32. Adormeço. Depois acordo com o despertomóvel (mistura de despertador com telemóvel) a hora indefinida. Indefinida porque ele toca, coitado, toca, coitadinho, mas nem sempre me levanto à hora que ele quer. E, invariavelmente, ando pelos montes de trás, lá para cima, onde mandam os que lá estão, a cortar mato ou, então, a andar numa carrinha pick-up, caixa fechada, com prateleiras de madeira e materiais presos, não vão os solavancos atirar de um lado para o outro a carga. Depois páro, buzino, quer dizer, nem sempre preciso de buzinar, ouvem-me chegar e vão chegando, bafo a bafo no ar frio, vultos negros de gente abandonada por gente... Gostava de saber de onde vêm estas lembranças de coisas que nunca vivi e que me nascem sempre aos olhos. A paixão pelo interior. A paixão apenas. A necessidade das gentes, do horizonte. A necessidade de Ti.
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55 posts em 2009... O número tem vindo a cair... E embora seja da opinião que o tamanho ou quantidade não contam, noto que te tenho vindo a deixar abandonado, apenas com a companhia dos que (segundo o hiStats) ainda aqui passam... Tanta "coisa" por dizer, escrever, mas vou rendendo-me à preguiça e à passividade de me deixar levar pela televisão ou por actividades infrutíferas. E de tantas actividades infrutíferas, sou eu, agora, que não dou frutos. Vou voltar, um dia, maior, melhor, mas hoje sou apenas isto, três parágrafos, palavras, cansaço e duas mãos.
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Confesso que sinto falta de vir aqui, no entanto espero que seja por um bom motivo (ou que se venha a revelar um) que o tempo me vai roubando para outras paragens... Fim-de-semana perfeito, com um sábado em terras quentes de Trás-os-Montes, viagem de Mirandela a Vila Real com o pôr-do-Sol e o nascer-da-Lua, estrelas mais perto de nós e uma incursão pela N15 desde a Pousada, com bastante nevoeiro, até Padronelo, para assentar ideias e deixar que aquele misto de noite escura, nevoeiro, solidão e oração levem algumas pétalas. Rematar com um domingo chuvoso, em família com F e tudo o que de bom traz. Sei que, muitas vezes, perdes-te no quotidiano e mesmo perante tantas ruas tudo te parece um beco sem saída... Sei-o, porque em nós, que nos tentamos encontrar, mora sempre a dúvida do caminho, a procura do trilho que faça sentido a todos os passos, a todos os olhares... E no meio de tudo isto, se podermos ter uma banda sonora, que seja algo como isto... Fica bem (sem ponto f...
Coisas não coisas que nos fazem pensar
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Sonhador da Montanha Oriah "Não me interessa saber o que você faz para ganhar a vida. Quero saber o que você deseja ardentemente, se ousa sonhar em atender aquilo pelo qual seu coração anseia. Não me interessa saber a sua idade. Quero saber se você se arriscará a parecer um tolo por amor, por sonhos, pela aventura de estar vivo. Não me interessa saber que planetas estão em quadratura com sua lua. Quero saber se tocou o âmago de sua dor, se as traições da vida o abriram ou se você se tornou murcho e fechado por medo de mais dor! Quero saber se pode suportar a dor, minha, ou sua, sem procurar escondê-la, reprimi-la ou narcotizá-la. Quero saber se você pode aceitar alegria minha ou sua; se pode dançar com abandono e deixar que o êxtase o domine até as pontas dos dedos das mãos e dos pés, sem nos dizer para termos cautela, sermos realistas, ou nos lembrarmos das limitações de sermos humanos. Não me interessa se a história que me conta é a verdade. Quero saber se consegue desapont...