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A mostrar mensagens de dezembro, 2007

Nunca estive

Batalho e baralho os sorrisos rasgados que rasgam os ramos que trago nas mãos. Findo o dia finado à conta das contas que não sei fazer findar. Suponho sílabas sibilares nas pautas deste caderno, tenho-te em mim e nos vestígios de dia que o ocaso trouxe à noite, a mim. Estou cansado, ausente dos recônditos locais secretos secretamente escondidos do cansaço... Tenho tanto frio.

Pedras Revoltas II

Para ti, cuja amizade entra-me pelo coração

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"Let me be" musicado

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Ontem foi dia de emoções. Daquelas fortes. Após um dia aniversário em que estive pouquíssimo tempo em casa, fui jantar a casa dos meus pais e a Ana e a minha irmã, como sempre, prepararam uma surpresa ao convidarem alguns dos meus amigos. Entre os amigos surgiu o Luís, que fez uma dupla surpresa. Primeiro, na sua infinita fé ofereceu-me uma viola (é a que podem ver no vídeo) e, depois, cantou o poema "Let me be", do livro "Para lá do que vejo". Foi bonito demais! Embora a capacidade da câmara que gravou não seja a melhor, sei que a continuar assim é de esperar um cd :) O pormenor final. Ele a limpar a "emoção" dos olhos. Uma prova da extrema sensibilidade de quem é um verdadeiro "artista". Obrigado Amigo!

Lista de Livrarias

Antes de rumar em mais uma viagem de trabalho, fica aqui a lista de livrarias onde podem encontrar o livro "Para lá do que vejo". Poetria (Baixa do Porto) Lello (Clérigos - Porto) Almedina (Arrábida Shopping - V. N. Gaia ) Leitura (Baixa do Porto) Sá da Costa (Chiado - Lisboa) Bertrand Stª Catarina (Porto) Bertrand Parque Nascente (Rio Tinto) Bertrand Maia shopping (Maia) Centro Elisabete Teixeira (V. N. Gaia) Livraria Culsete (Setúbal) Livraria Garfos e Letras (Porto) O Livreiro (Chaves) Melo e Castro (Felgueiras) Livraria Esperança (Funchal - Madeira) Fiquem bem e até breve.

Tenho orgulho "nisto"

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Jury Award – First Place ARE THERE STILL ANY SHEPHERDS? Dir. Jorge Pelicano, Portugal 2006 A perfect blend of good cinema and quality research on a subject that generally finds place in academic study and international workshops. The stunning visuals, choice of the protagonist, catchy music, songs with profound lyrics and superbly imaginative editing complements the artful story-telling in the film. We get a profound understanding of the fatigue of those men who are used to the loneliness of the mountains. The filmmakers commitment to the subject and mastery over the cinematic tools have combined well to produce the film that touches the inner chord of the romantic, provides the proverbial food for thought for the intellectual and excellent message recall for others.

Viagens

Quase perco as mãos para a noite. O frio não serve de desculpa para não escrever. Vejo agora que pouco observo. As viagens que fazia em textos eram tão ricas como efémeras, eram e são ainda os sonhos. Ultimamente não sonho, observo, mas não vejo. Tenho saudades de mim mesmo, escrever tudo o que não sei redigir, sorrir com o olhar e fechar os olhos , dar dois beijos aos sonhos perdidos antes de ter frio e dizer-lhes baixinho: amo-vos. Tenho a sensação que o barco que estava ancorado no meu coração, onde estavam fundeados os sonhos e seus frutos, vai deslizando pela água para mar alto, onde não sei nadar ou sorrir.

As...

As tua mãos, as mesmas que embalam o meu sonho, pousam nos meus ombros caídos. As mãos mirradas e a letra pequena, saída agora do ventre materno que é o medo de ter coragem. As palavras plantadas na terra fértil do pensamento, os sussurros que dão voz ao inaudito em poemas improváveis. As futilidades, as guerras esgrimidas em batalhas não lutadas no luto do teu dia. As noites, as noites de rumores, as noites de suores, as noites que sorvo, os amores... As sombras escondidas que me doem. As estrelas fugazes que me constroem...

De onde sou

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Eu sou daqui...  Ainda que lá não esteja,  mesmo quando não  vou  lá  encontro-me por lá.

Dentro de mim

Dentro de mim habita nevoeiro, denso e delgado como uma garra eremita, que prende na timidez da noite a leve fuligem de um braseiro. Dentro de mim estou, eu, escondido num cortinado incolor com paletas de sons, numa pauta de notas coloridas que iludem a dor e me silenciam as mãos. Dentro de mim sorrio, nadam os soturnos e os vagos, os fúteis e os tragos, num invólucro sem som, com sombras que beijam o papel que me cobre, nos dias em que dentro de mim choro.

Não há duas sem três

O tempo sabe a Natal, mas o quotidiano não tem sabor, é igual a todos os outros dias, um a seguir ao outro, sem nenhum existir, exceptuando o momento actual. Escrevo num intervalo para beberricar um pouco de chã (tenho que diminuir ao café), tenho a chávena da thermos à minha frente e o calor que emana dá-me sono (isto e o facto de estar a dormir pouco). Não tenho qualquer motivo aparente para escrever, tirando o facto de ainda não ter saído do escritório, nem para sentir se a maresia chega aqui ou se de facto o quotidiano sabe a Natal. Não, tudo igual... E eu ali atrás de uma nuvem a olhar para mim mesmo.

3º Feedback - Pedras revoltas (musicado)

Aos poucos vou conseguindo colocar aqui os momentos do lançamento do livro. Acabei de receber um vídeo feito por um telemóvel (obrigado Cláudio). A qualidade não é a melhor, mas quis colocar aqui de qualquer forma, para que possam ver e ouvir o magnífico trabalho do Luís. Convidei-o uma semana antes do lançamento, no dia seguinte já ele tinha escolhido o poema, a forma como o cantar e a melodia. Passados dois dias já eu ouvia a música... E diz ele que não é músico :) Em breve coloco mais filmagens de outros momentos e desta música também.

Excluído

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Veste-me de sonho a vida que o frio faz, não, não é para ti que olho, mas para o deserto que o teu olhar ausente me traz. As mãos que pendem da vida, na vida que sorriu vida frias, como as minhas mãos vazias... Sonhos e barcos e aviões de papel, amigos e estrelas cadentes que pendem do vazio, frio, quantos mundos cabem ainda numa só folha de papel? Pariu-me o mundo aqui neste muro, sozinho. Vive-me nos olhos do que serei, veste-me de carinho... (fotografia de Norberto Valério )

Reencontros perdidos

Vozes, silêncios que falam a ausência de ti, de mim. Este corpo inerte, com sussurros no peito e um gelo, que derrete por ti, por mim. Uma mão quente, reencontros desencontrados, na vida que palpita em ti, em mim. A tristeza, o sorriso que pende do teu olhar, que pede mãos e na penúria leveza de ti, de mim. O agri-doce, o sabor inodoro de sentidos que o céu cozinha na tua alma, por ti, por mim. A cadência do infinito, o Universo que é um sorriso teu como meu é o pôr-do-Soal em ti, apenas em ti...

Quando eu era como eu fui

A Ana encontrou montes de folhas de coisas, mesmo coisas, que escrevi. Olhar para trás e ler, ver, sentir aquilo que fui, é bastante estranho. Sou eu, sim, mas não o eu que se formou. Sinto-me como uma casa, autoconsciente, que se olha enquanto tijolo, alicerce ou cimento e não se reconhece. Aquilo ali, sabes, direi eu a alguém que me guarde as tardes frias quando os meus olhos dormirem, aquilo ali também fui eu. São uma série de contos, alguns que gosto e talvez os venha a digitar aqui, enquanto posts, poemas e algumas coisas escritas, em forma de desabafo. Embora não tenha passado muito tempo, é curioso, para mim, não se esqueçam que este post é para eu mesmo ver quando eu era como eu fui, olhar para trás, para o dia de ontem que já não existe e constatar que muito do que escrevi ficou preso pelo caminho, sombras e silvas gastas e secas, velhas e mortas. Há muitos anos, sim, mesmo muitos, nos primórdios do meu namoro com a Ana, ela, conhecendo a minha artéria (em contraste com a