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A mostrar mensagens de novembro, 2011
- Daqui ao outro lado de nós.  - Como?  - Dando saltos bem altos.  - Como?  - Assim, oh, hop! Hop! hop!  - Ah... E depois  - Do outro lado de nós até aqui.  - Como? Aos saltos?  - Não, escorregando.
Tive o tempo como aliado, nas infinitas tarde ao relento, quando me brindava a idade com ternos e suculentos pomares de brincadeiras. Hoje caminha-se para o que não se sabe escrever, ladeia-se o mundo com taipais e erguem-se perpendiculares muralhas que impedem a obtusidade de se exprimir. Hoje sou o tempo e nele me saliento, para que lentamente se encontre um aliado, porque hoje, apenas hoje, o relento sentou-se a meus pés e começou a brincar desajeitadamente, como se nunca me tivesse visto devanear.
Teria o vento na mão, se não estivesse ocupado a abraçar tufos de sonhos ou suportando-me na grade de madeira de um alpendre imaginário enquanto cai, dentro e fora, chuva real... De onde serão os ventos que sopram? Do intrincado caminho que se faz caminhando ou dos serões solitários solicitados pela vida? O que me resta é deste e doutros universos, descansando por fim num vazio, num nada, num estado de não existência que se dilui a cada madrugada solta. Ser daqui e de lado algum. Olhar e ver o que não se observa. Ser e não ter. Não há questão.
Será dos que nascem amanhã todos os dias que teimo em terminar.
Um empoleirado sorriso acotovela-se à saída da imaginação, traja olhos de quem não vê, pleno e ausente amordaça o grito redomizado, dois vezes quatro sorriso que dialogam sem que o tempo novamente dobrado bata à porta de outro universo e diga sou eu? Sim, era.
nem todos os sois amanhecem o asfalto que se aglomera transmuta-se janelas para o homem o aviso circular que circunda obrigatório e eu prevarico pela inocência de amanhecer o sol que há-de morar
Sou de barro, a mão, o fogo, a porcelana, o vitrificado momento em que ascende o artesão e descansa, ebulindo, o dia que se aninha ao canto de uma canção.
É do confronto da batalha que se formam as forjas que talham a estupidez.
Ainda não tombou o primeiro pingo e já há muito chovia aqui.