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A mostrar mensagens de fevereiro, 2011
Tenho uma profunda admiração pelos jardineiros, pela simplicidade de se sentarem num canteiro, com uma navalha a descascar uma laranja, comerem e afagarem a Natureza...  Um dia destes...
Coisa parecida com pessoa oferece-se a rebanho que o aceite para pastor... Ou como ovelha...
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Os dias escorregam-me pela noite, há uma loucura que se ausenta e dos meus sonhos a liberdade que se afugenta, um cansaço que transpira, uma mão nas costas, fria. Dilui-se a vida na paisagem e a voz, sem preço, que se desfaz em viagem pelo silencioso suspiro da terra fria urdida, agora é a chuva que uiva à ausência da alma do transmontano por eles vendida. www.almatua.com
Jovem de espírito oferece-se para pastor.
Embarca no horizonte, longe as sombras do sustento, a lavoura que se faz com um lamento, a mão poeirenta no som da cancela rangida, aqui só a morte parece ganhar vida. Olhos embaçados, nublados, tolhidos pela recordação que se quer presente sobre os dias que se avançam quase de forma demente. Nasce um quotidiano ou uma criança, as fragas enviúvam caladas, ao redor da solidão um negrume que dança veste a noite que dura um ano. Um passo imóvel, o tempo chove tão lentamente que até a novidade, quando surge, vem em aguaceiros. Forma de gente à soleira entrecortada num postigo semicerrado, uma mão, um cachaço, a loucura abraçada pelo amor num sussurro calado. Ao destino da partida a voz que pergunta “onde vais?”, mas já os movimentos crepuscularam caindo arfando num futuro que não volta mais…