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A mostrar mensagens de setembro, 2023

Julieta

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“Julieta”, crónica do Nada, hoje sobre o quase Tudo, no Correio do Porto . Os naperons feitos de jornais e velhas listas telefónicas, recortados com o decoro próprio de quem suspira a vida e a mesma se verga sobre si, em deferência, ornamentam as prateleiras vazias de uma cozinha de chão de terra batida, negra. O tempo pára de cada vez que consulto a memória. Na Aldeia de Cima não há maior consolo do que uma lareira a crepitar na tarde de Outubro, lajes espessas, negras e sorridentes, panelas negras em tripé oxidado, traves cobertas de fuligem e as minhas calças penduradas num galho de austrália, a saborearem o braseiro dos grossos troncos ruborescidos. Três cachopos, na travessura cândida de escolher o mais profundo rego a percorrer, galochas esverdeadas e o futuro multicolorido pela frente, sem saber que, agora, esta tarde de Domingo me olha entristecida para o que não consigo vislumbrar. Suspirava, a matriarca, bondade ao mesmo tempo que do fundo da arca tirava um tição negro em for