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A mostrar mensagens de dezembro, 2013
Ainda que nos possam separar distâncias, idades, credos ou ideologias, desejo, nesta quadra natalícia e em todas as quadras da vida, o aconchego do amor da família e dos amigos, o doce sabor da certeza de sermos pequenas centelhas que ilumi nam a árvore da vida, temperados pelo ameno toque que todos temos quando nos lembrarmos de sermos nós mesmos. Há anos nascia alguém que nos veio lembrar que todos somos importantes. Lembremo-lo também se não sempre pelo menos hoje.
Vai cair a neve, alva, sobre a invisibilidade da noite e do vento.  Vou caminhando e, em dias chorosos, tropeçando nas gotas de chuva que caem, sem saber ao certo em que bolso repousar as mãos prenhes de viagens não iniciadas.  Do nada sobra-me muito pouco, nem os sonhos que pari, é com agrura que constato que a idade passa por mim como o silêncio que soluço, sem grande pressa ou vaidade, o universo é infinito e incolor, sucede-se em infinidades de universos e multiversos até terminar, por fim, quando me decido abrir os olhos e vejo que de neve, alva, apenas a que repousa nas minhas recordações de manhãs cravejadas de frio, segurando uma caneca de café quente e preto, negro, como a invisibilidade da noite e do vento.
Não podia deixar de vir aqui apenas amainar o vento de um dia do qual senti falta. Irei cinzelar mensagens e telefonemas, para que permaneçam, mesmo as de quem não me conhece. Adormecerei ao som da certeza de sermos todos estrelas do mesmo céu. One Love.
Para as memórias do vivido, do não vivido, das cataratas de sonhos que caem nas profundezas da água que me banha os dedos dos pés e as minhas calças molhadas pelo caminho lamacento. Ondular sem mover o corpo, ao sabor do vento e da música, de todos os abraços calibrados pela distância entre dois corpos. Chovem raios de sol.
Ainda não deitado e encontro, já, a tua silhueta que teima em chamar-me para o sonho. Vou esgrimindo palavras, tratando dos ferimentos usuais destas batalhas imaginárias com palavras, até banais, de quem se esquece lutador, mas não, tu chamas-me para o sonho. Abro as cartas, espalho a correspondência que escrevi, enquanto petiz, a mim mesmo, para abrir quando fosse já senhor do meu nariz e antes que me veja incumpridor da minha vida, tu chamas-me para o sonho. A folha termina, a noite ressona com a inocência do sussurro de uma criança, e porque não duas?, viro a página na tentativa de prolongas a noite até conseguir escrever a madrugada, mas não consigo, tu chamas-me para o sonho. O candeeiro começa a pender a luz, lentamente, as sombras dos espanta espíritos deslizam na parede, o caderno, aberto no meu peito, começa a fechar-se e a escrever-me em suaves rugosidades de celulose que um dia foi vida. Está na hora inacabada de ir para o sonho, enfim. Encosto-me a ti, deixo-me u
Não fosse pelo calor que este Sol vai brotando de todos os espectros, onde estaria eu? De mãos secas e olhos húmidos se vai percorrendo os corredores, por vezes frios, onde abundam portas semicerradas, abertas?, com faces semi vivas lá dentro. De quanto valor necessita a vida para ser vivida? E a frustração, será ela o troco a tudo o que se dá? Os pneus vão martelando ruído no asfalto, enquanto uma música sem conteúdo se atira abaixo da instalação sonora e se estatela nos meus ouvidos tapados. Palpita-me o coração, talvez a vida, talvez de sina, também ele cansado de bombear fluídos e receber, não fosse pelo calor, um salário com pouco verde e alguma dor.
O frio altera-se entre o vento e o sol caldo que cai no chão e me prolonga sobre cimento, pedras, terra, pelo de cão e minúsculas partículas de vida, as mesmas que nos rodeiam. Há caminho pela frente. Longas avenidas entre montanhas, lá, onde devem morar os Garrinchas deste mundo, todos os dias, Torga sabia que o Natal é quando o homem quer. E este quer. Natal. Um adro de igreja que resguarde o frio e o convide a tornar-se calor de lareira. Dá-me um pequeno mundo, de varandas sobre um caderno e, lá, deixa-me sobrar de sombra sobre velas.