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A mostrar mensagens de junho, 2008
Se por acaso (ou propositadamente) não voltar aqui hoje, sexta-feira, fica desde já os votos de bom fim-de-semana. O suor que me escorre brota das fotografias nos sorrisos falsos, a bestialidade da besta resume-se à complexidade dos corpos que a habitam sem nunca os viverem. Amortalho um corpo resto de gente, ossos e carnes fecundas para que descanse enfim eu longe, bem longe, das pobres gentes maiúsculas com vogais fúteis e imundas, Dorme-me, cansa-te do peso do irreal, absolve-te do delito a que muitos (quantos serão?) chamam respirar, tu não és aquele, és o tal...

Talvez seja isto a quem chamam crescer

Olhei-me hoje ao espelho com a mesma ingenuidade de criança, não fosse eu uma criança (bem) grande. Enquanto o cabelo cai e algumas pequenas partes começam a ficar brancas/grisalhas, dou por mim a ver que a barba está a ficar branca com mais rapidez que o (suposto) normal. E, assim, deixo-a crescer, durante uma semana (aproximadamente) vou vendo ao espelho, aqui no escritório ou em casa, o avançar, a conquista da barba branca sobre a negra. Um dia visto-me de verde, com uma espécie de veste, um chapéu à Robin dos Bosques (não confundir com o imposto) e fico o Peter Pan completo! Gosto de me rir, ainda, com estas pequenas coisas de mim mesmo. Longe vão os dias em que me debruçava sobre o lavatório para chegar mais perto do espelho e contava (sim, contava!) os pelos aos quais já eu chamava barba e orgulhosamente cortava-os (e algumas vezes a pele), na esperança de nascerem mais, mais abundantes, mais rápido e mais negros. Agora... Agora vejo-os crescer brancos e não os corto. Cada cabe
As esferas que oscilam na perpendicular do meu sentir, profetizam novos dias que amanhecem entre um suspiro e o sorrir.
Há tanto tempo. Há tanto tempo que procurava e assim, de repente, surge um dia sem computador. Apenas desejo de escrever, de ler, de ouvir, de partir o silêncio com um silêncio ainda maior. Tenho escrito pouco por aqui... Tenho saudades de vir deitar os meus personagens antes de ir dormir, de lhes dar asas, de pousar algumas das histórias aqui, para que leiam e para que eu desperte um pouco mais. Mas não tem dado. Ando cansado desta máquina, vence-me aos poucos.
Não sei se planto o tempo ou a vida me colhe da semente, na eira dos meus sentidos não há Sol que seque alguns grãos em mim feridos...
Enquanto o Sol não me faz nascer germino na terra das minhas palavras, onde me banham húmus atenuantes da vida e do papel, que rasgo e onde desenho o Sol que me fará nascer...
Repousaram as sombras e os degraus que me galgaram, não há chuva que caia em vão nem terra que não mereça ser chamada chão...

Foi assim (e eu gostei tanto...)

"Encontro com o poeta: José Miguel" No dia 6 de Junho de 2008, no âmbito da disciplina de Língua Portuguesa, os alunos do 7º ano puderam contactar directamente com o poeta José Miguel Alves Gomes, que gentilmente acedeu ao nosso convite e se deslocou à nossa Escola. A sessão subordinada ao tema “ A Poesia”, contou com vários momentos: visualização de um vídeo com um excerto da apresentação oficial do livro do autor: Para Lá do Que Vejo, na Casa da Cultura em Paredes; espaço de diálogo, onde os alunos questionaram o autor sobre a sua vida pessoal, profissional e literária; leitura expressiva de poemas do José Miguel Gomes e, finalmente, os participantes do concurso literário de poesia dinamizado pela Equipa da Biblioteca brindaram-nos com a leitura dos trabalhos vencedores e tiveram a honra de receber, pelas mãos do nosso convidado, os diplomas de participação. Em suma, foi uma actividade enriquecedora, com uma participação empenhada dos alunos e pensamos ter desen

Mosto

A música dos sons que ainda não ouvi, os sorrisos nas cartas que ainda não li, o eco das palavras que ainda não proferi, nas costas que prenunciam um adeus que nunca vivi moram as vitórias, abraços e glórias do que sou por ti... Nas nuvens que dissiparam as agruras e lágrimas que me lavaram moram corpos sem rosto e lagares velhos sem mosto. Traço a meta no que sou e nos caminhos que escondi, na poeira e luz mora o tépido sonho onde de mim nasci...

06 de Junho (não apenas uma data qualquer)

Gosto de escrever sobre isto, as pequenas conquistas. Não sabia era que estas pequenas conquistas chegariam até mim e escreveria sobre elas. O programa de Português, no 7º ano, da Escola Secundária de Penafiel, incluía a divulgação de jovens escritores da região (Vale do Sousa). Palavra puxa palavra e a Eulália, minha cunhada, pergunta-me se estaria disponível para ir à escola falar com os alunos, integrado nas actividades da disciplina. Aceitei, claro, como sempre faço, sem pensar nas consequências que, quase sempre, redundam na minha ansiedade a lutar contra o tempo. Vivi os dias anteriores com muito stress, pelo que poderia dizer, pelo que iria dizer, por ir levar alguém que não sou, por tudo e por nada. Confesso que adorei e aprendi muito. As perguntas dos alunos reflectiam a análise que fizeram nas aulas (sim, durante umas aulas, o sumário foi algo do género: "Preparação para a visita do escritor José Miguel Gomes"), muitos questionaram as professoras sobre o que quer