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A mostrar mensagens de março, 2011
Gosto de pensar que depende apenas de mim mudar, de deixar para trás hábitos, trabalhos, pensamentos e ser apenas aquilo que se É ou, no mínimo, partir à descoberta, acompanhado, sem preocupações "mundanas". Um dia...
Gosto de pensar que o simples acto de se ser quem é pode permitir que, do outro lado deste emaranhado de células, vejam uma janela, uma pequena abertura, para alguém sentir que pode ser quem é...  É esta interacção que torna tudo mais interessante e sincero, o despojamento do que não se é e a descoberta daquilo que somos.
Continuo a desejar as árvores, a sombra, as frestas de luz por entre os pinheiros...  Continuo a desejar, mais que nunca, a simplicidade, a paz.
Uma quadra para a criançada :) Sai à rua a alegria debaixo do Sol de todos nós, é hoje o nosso grande dia que chega bailando até vós. Venham até aqui rever as pétalas das vossas certezas, aqui não moram tristezas apenas a alegria de viver!
O bailado que se desprende das árvores tem na orvalhada manhã o tempo, no sulcado sucalco nublado o frágil suporte da vida em que me sento, do futuro teço a breve memória em dias vividos num outro eu.
Olhos semicerrados, o vento fustiga o telhado de zinco fazendo cair o pó que o tempo roeu ao contraplacado.  Uns pilares de madeira vão bailando ao mesmo ritmo que o vento.  Um grosso tronco, o que resta dele, serve de banco a um corpo que se vai cansando de o ser.  Um barraco sem casa, um tecto sem céu.  Os últimos dias da vida são o abandono da vida, para viver aquilo que o dia de amanhã do lado de lá trará, ao de cá.
Rumo ao por-do-Sol de um Sol que não se vê.  O céu ainda azul, várias camadas de nuvens, inconstantes tons de azul até um negro negrume, prenhe de chuva e, de repente, é como se eu me abandonasse da escada e fosse escalando, conceito a conceito, até ao topo de uma torrencialidade de emoções.  Os céus são os mesmos, mas as nuvens de outrora divagam em ares jamais respirados. And there's a slow, slow train coming. ..
O mestre que, como tantos outros, com ou sem voz, falou a todos sem que todos o ouvissem, vissem e/ou sentissem.  Mais do que nunca caminhamos em círculos, sem direcção, apenas direccionados por quem nos ordena: sejam quem queremos que sejam, não pensem, não Vivam, vivam aquilo que pensam vestir...  E um dia descobriremos, a que custo?, que o que temos vestido é apenas o que outros querem que sejamos.

Lança(r)

As ruas têm o meu nome escrito, nas calçadas, nas caras, nos ventos que se misturam e empurram o dia até à noite.  Sou-me. Meu.  Do que vento.  Da necessidade absoluta de ver, de viver... De reviver!  De me andar por aí como se estivesse por aqui.  De lançar-me para me apanhar. Por pouco que fale, é a mim que escuto, nos locais onde não estou é a minha vida que se esvai pelo Eu que (ainda) não Sou e daqueles que me perguntam da vida o que tenho, só o universo entre universos que com os olhos desenho...