Ainda que semeasse a paz, nasceria guerra pelos poros dos dias que se abatem. A transparência confinasse à água, ao vento, as pessoas transformam-se em seres opacos, sem brilho, seguidoras...
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A mostrar mensagens de dezembro, 2011
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Quando a vida se espreguiça, mostra o cansaço de quem se acorda, num corpo, num tronco, sem que se deixe voar o pensamento pela ilusão de não ser alado. Um olhar vale pelo valor de quem observa. E o infinito aguarda sempre aqueles que se deslocam da dor, para abraçar, ainda que não o saibam, o Amor.
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Dormes e sorris. Enrolei e aconcheguei ao peito todas as letras, palavras, beijos, apertos de mão e olhares. Olhei para o céu, frio, distante, pontilhadito de estrelas que tremiam também e pensei em ti. Imaginei-me agora sonhando com um mundo cheio de gente com pessoas dentro e sorri. Sem lareira, mas com o coraçãozito quente, sem timidez, ergo os abraços e, de repente, é como se todo o céu fosse uma estrela e todas as estrelas um mini universo que rodopia na palma da minha mão e, assim, pudesse eu abraçar-vos todos e todas. Obrigado. Somos todos Um.
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Dir-te-ia que a noite é tua, que a podes filigranar a teu bel prazer, artesanando os berloques e as costuras do que serias feito. Agora, num paralelismo universal, vejo as nuvens pegarem-te, e eu, de cansado, me deixo dançar ao som da ausência e me chago, gota a gota, em palavras de quem se ri, enquanto à noite pergunto a deus por ti.
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Que fazer com todos eus que vagabundam em mim, saudando palavras que desconheço, enquanto se desembrulham os dias e os pinheiros agridem o vento. Espremo as letras, escorrem-me em linhas desenvoltas em todos os crepúsculos que me horizontam. O mundo cabe-me numa gota de suor, transpira-se em cada golfada de ar que me enche o invólucro. Orbito o universo e mesmo assim toda a vida me parece pequena, todo o momento fugaz, todo o início de uma frase o princípio de um silêncio, porque apenas a mudez me sacia a sede de ouvir o inefável.