O meu mundo é em mim. O meu silêncio é o ruído do cosmos a crescer. O meu olhar é a minha cegueira quando olho para outros cosmos. Eu sou eu, em mim e no silêncio. Eu sou eu e, ainda assim, procuro-me em mim. Porque não se encontra quem não se sabe ter que procurar.
Guardo o olhar que choveste, deixo as nuvens florirem nos pastos faustos do destino, tacteio mãos e escuridões em busca de um dorso com outras mãos. Curvam-se as curvas da estrada e as margens que me separam da madrugada. Empobrece-me o nada à sombra e resguardo da minha alçada, no noctívago sentimento de aguardar, à candeia ténue da Lua, o suspiro inaudível da vida no meu peito a ancorar...
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