Quando a vida se espreguiça, mostra o cansaço de quem se acorda, num corpo, num tronco, sem que se deixe voar o pensamento pela ilusão de não ser alado. Um olhar vale pelo valor de quem observa. E o infinito aguarda sempre aqueles que se deslocam da dor, para abraçar, ainda que não o saibam, o Amor.
Guardo o olhar que choveste, deixo as nuvens florirem nos pastos faustos do destino, tacteio mãos e escuridões em busca de um dorso com outras mãos. Curvam-se as curvas da estrada e as margens que me separam da madrugada. Empobrece-me o nada à sombra e resguardo da minha alçada, no noctívago sentimento de aguardar, à candeia ténue da Lua, o suspiro inaudível da vida no meu peito a ancorar...
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