Nunca estive

Batalho
e baralho
os sorrisos rasgados
que rasgam
os ramos que trago nas mãos.

Findo
o dia
finado à conta das contas
que não sei fazer
findar.

Suponho sílabas
sibilares
nas pautas deste caderno,
tenho-te em mim
e nos vestígios
de dia
que o ocaso trouxe
à noite,
a mim.

Estou cansado,
ausente
dos recônditos locais secretos
secretamente escondidos
do cansaço...

Tenho tanto frio.

Comentários

Silvia Madureira disse…
Oh...apenas me apraz dizer...oh
Até estou a imaginar o teu amigo a cantar...este poema e na parte final todos os ouvintes a derreterem...

O livro está a demorar...procurei o contacto telefónico da editora mas não existe...vamos esperar...

Aqui vai a apreciação:

Um poema cheio de ternura onde está patente a fragilidade do homem que eu tanto gosto...como gosto por exemplo de ver um homem chorar...porquê? Não sei...são aquelas coisas que as mulheres gostam...talvez para não sentirmos que só nós chorámos...só nós somos frágeis...

A última frase com a qual termina foi dita ontem precisamente por mim numa mensagem a um colega que não vejo desde o ano lectivo anterior: "Desculpa a resposta seca mas estou efectivamente cansada". Foi esta a minha frase...tal e qual...

Ao ler o poema revi-me mais uma vez e...senti solidariedade...afinal existirão mais pessoas que se sentem cansadas...e fragilizadas no final do dia...

Toda a magia do ser humano à noite está reflectida no teu texto...digo à noite porque é aquela altura em que falo com o travesseiro e penso na falta que os outros me fazem e em tudo o que me aconteceu...

Vais em bom ritmo..

Thanks
Ás vezes também sinto cançaso e frio... mas logo passa! Logo passa!
Gosto de te ler..

Mensagens populares deste blogue

Pessach

Torrada ou Maria?