Excluído


Veste-me de sonho
a vida
que o frio faz,
não,
não é para ti que olho,
mas para o deserto
que o teu olhar ausente me traz.

As mãos que pendem da vida,
na vida que sorriu
vida frias,
como as minhas mãos
vazias...

Sonhos
e barcos
e aviões de papel,
amigos
e estrelas cadentes
que pendem do vazio,
frio,
quantos mundos cabem ainda
numa só folha de papel?

Pariu-me o mundo
aqui neste muro,
sozinho.

Vive-me
nos olhos do que serei,
veste-me de carinho...

(fotografia de Norberto Valério)

Comentários

Depois de sentir as tuas palavras, acho que o título da foto podia ser: arrepio. Foi o que senti!
Anónimo disse…
Doeu ler. Arrepio mesmo. Nesta altura do ano faz pensar ainda mais, uns com tanto e outros sem nada. bj tristes
Anónimo disse…
Imagino e secalhar nem quero imaginar...o que será dessa (como tantos milhares de crianças), daqui a uns 5 ou 10 anos...ou secalhar menos... será que ainda exisate e coexiste neste mundo de loucos, será ela resgatada e salva? Como é complicado o mundo dos "homens". Devo dizer que comecei a ler o teu post e me senti um pouco perdida...sabes acho que é a falta de hábito em viajar pelo mundos dos outros e até pelo meu mundo...mas fui andando e lendo, fui clicando e lendo, vim dar aqui...e aqui deixei as primeiras palavras...Doi, marca o olhar deste menino... o poder das palavras é imenso, mas o da fotografia (em geral, mas no agora e esta em particular), não lhe fica atrás. Agora vou reler algumas coisas e rever a apresentação surpresa :)...comecei a ver mas depois parei, aqui no trabalho não tenho som no pc, tenho pena pk dá-me ideia que deve ter musica, e ouvindo a musica sentem-se as palavras de maneira diferente, pelo menos eu sinto...
Anónimo disse…
Ops, desculpa que não me identifiquei :)...será que assim dá pa ver quem sou ?? beijo n´oteudoceolhar

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