A Ana encontrou montes de folhas de coisas, mesmo coisas, que escrevi. Olhar para trás e ler, ver, sentir aquilo que fui, é bastante estranho. Sou eu, sim, mas não o eu que se formou. Sinto-me como uma casa, autoconsciente, que se olha enquanto tijolo, alicerce ou cimento e não se reconhece. Aquilo ali, sabes, direi eu a alguém que me guarde as tardes frias quando os meus olhos dormirem, aquilo ali também fui eu. São uma série de contos, alguns que gosto e talvez os venha a digitar aqui, enquanto posts, poemas e algumas coisas escritas, em forma de desabafo. Embora não tenha passado muito tempo, é curioso, para mim, não se esqueçam que este post é para eu mesmo ver quando eu era como eu fui, olhar para trás, para o dia de ontem que já não existe e constatar que muito do que escrevi ficou preso pelo caminho, sombras e silvas gastas e secas, velhas e mortas. Há muitos anos, sim, mesmo muitos, nos primórdios do meu namoro com a Ana, ela, conhecendo a minha artéria (em contraste com a...