Rei, nício lectivo
Crónica de domingo na Bird Magazine . Era uma vez, o mundo, redondo, há quem o tenha visto nascer arestizado, mas a berlindada a que foi submetido arredondou-o numa eternidade que tem durado até os dias de hoje. Haja moratória e berlindará por mais algum tempo. Perdoe-se-me a desatenção. Era uma vez, o mundo começava a outonizar depois de um veraneio quente de serrim colado ao corpo tangido de cansaço pueril, de gotas de suor a marcar as frontes sujas do pó do campo de futebol improvisado entre pinheiros e relva feita de mato e silvas, balneários feitos da parte de trás de um pinheiro manso largo o suficiente. Quando o Verão se carpia em fins de tarde cada vez mais frios, ainda sem ninguém que gostasse do que dizíamos em forma de gostos, sabia-se vir aí o tempo de procurar no fundo da gaveta quais os cadernos ainda mal preenchidos, com folhas pautadas ou quadriculadas, sebentas não sebentas, impolutas, para pousar o pulso e girar um compasso assemelhado a ele mesmo, sem seguranças ...