Gostava que todos os tempos caíssem, como se alguém abanasse a árvore que os frutifica, a meus pés, podendo apanhar um a um, armazená-los na minha t-shirt suja, correr para casa feliz com a minha riqueza de ter, para saborear, todos os tempos que plantei.
Guardo o olhar que choveste, deixo as nuvens florirem nos pastos faustos do destino, tacteio mãos e escuridões em busca de um dorso com outras mãos. Curvam-se as curvas da estrada e as margens que me separam da madrugada. Empobrece-me o nada à sombra e resguardo da minha alçada, no noctívago sentimento de aguardar, à candeia ténue da Lua, o suspiro inaudível da vida no meu peito a ancorar...
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