Colho a morte que da vida nasceu
entre mim,
carril,
e a travessa que me ardeu
quero-me apeado
em traje de mosto fogueado,
sem que me façam ouvir por onde andei
nem que me icem onde calei,
ali no estender da mão
daqui à imaginação
sulco com os pés o chão
frio
quente
de nada me vale a vida pela frente
sem a retaguarda do torrão
violado
na abstinente calejada estação
em ferro
forjado
o marco vivo
no peito enterrado.
Cobre-se a vida na candura o branco e o invisível que perdura, sagrado o dia espreguiça-se pela tarde e é Deus (de quem tudo tive) que sussurra: a vida é o que em nós Vive.
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