Sou do chão da pedra do terreno que acaricio com a mão, do céu e do espaço dos dias que comigo passo das estrelas do universo do que não existe e é meu. Vestidos de cobre metal ornamentados eu sou aquele que se ostenta de pobre, anseio as tardes do amanhã e despido me chamem nu para que desperte eu e me saiba rico.
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A mostrar mensagens de fevereiro, 2012
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Ouço as pessoas falarem do tempo, do mau tempo, do bom tempo, de como isto está diferente, como era antes, como deveria ser. Enoja-me este lamuriar (não de quem na verdade é afectado) por algo que não se controla, nomeadamente o tempo, o clima, algo que na nossa demanda neste planeta temos vindo a destruir. No meio deste planeta, é difícil não nos sentirmos vírus.
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Gastei já todos os sonhos que me venderam, olhei os dias e as noites guardei ancinhos e foices, soltei o Sol e lacei a Lua até as sombras que saem à rua, porque são minhas as lareiras de todos os mundos os que me perderam, vão à bolina as canções atadas a velhos ferrugentos batelões, mar calmo e raso é chão nuvem negra aluvião, que se perdem as ondas espumadas quando ao luar se atiram à areia que foi um dia meu pão.
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Há cães feitos gente, reviram o lixo. Assentes nas patas traseiras, abocanham as sacas de lixo que, ao infalível olfacto deles, lhes parece ter algo de alimentar. Não que os cães saibam o que é alimentação, roda dos alimentos, caviar ou bacalhau, fastfood ou food propriamente dita. Eles, cães, têm o seu sentido de preservação, que não inclui obviamente desviarem-se de grandes veículos em movimento ou de certas e determinadas pessoas, os desumanos, mas é este sentido de preservação do seu canídeo corpo que lhes faz percorrer distâncias até encontrar um qualquer maná. São eles gente, despojada, transportando nos olhos ainda sonhos, seja em forma de roda gigante a abocanhar, seja no símbolo universal do osso, branco, cheínho de tutano. De cabeça baixa, vejo-os mastigar o plástico, a roer cartão da caixa da pizza, e depois imagino-os rindo sorrateiramente, enquanto a noite se espreguiça pelo dia fora, a deitarem-se num local de erva quente ou num buraco de terra que o sol aqueceu. Acredi...
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Sem contar, porque não se mede, ligo para as pessoas com quem partilho a vida há anos e digo-lhes que gosto delas, que as amo, deixo-lhes um pouco de carinho neste dia frio. E sei que sou ingénuo, sonhador, utópico, tímido, mas deixar de o ser é deixar de ser quem sou. E quem hei-de eu ser sem ser eu mesmo? A distância que nos separa dos outros e de quem realmente somos é medida pela ignorância infantil que temos de não sabermos ser aquilo que nascemos, despidos, ansiosos por um abraço. Não te liguei, não atenderias, mas também sabes que te amo, às cores.