Um dia, terei nos dedos musgo e orvalho, não teclas. Um dia, terei nos olhos horizonte, não pixels. Um dia, sentado numa encosta, traçarei pão velho com as mãos, sorrindo apenas por ver o Sol nascer.
Guardo o olhar que choveste, deixo as nuvens florirem nos pastos faustos do destino, tacteio mãos e escuridões em busca de um dorso com outras mãos. Curvam-se as curvas da estrada e as margens que me separam da madrugada. Empobrece-me o nada à sombra e resguardo da minha alçada, no noctívago sentimento de aguardar, à candeia ténue da Lua, o suspiro inaudível da vida no meu peito a ancorar...
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