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A mostrar mensagens de abril, 2007
Blogger award
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O repto foi-me lançado há alguns dias, mas por falta de tempo e pela dificuldade da tarefa, ainda não me tinha dedicado... Mas agora terá que ser... Assim, aqui ficam as minhas escolhas, que possuem vários critérios, mas mesmo assim injustos para os que não nomeei, pois todos os que estão ali, do lado direito do monitor, nos links, mereciam... Blog do Capelli Fragilidades Isso agora O Bloguinho da Kika O meu umbigo
Nas mãos
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As noites de Primavera têm a vantagem de serem frescas e arrastarem estrelas cintilantes e uma lua que não sei se é quarto crescente ou minguante. Possuem também o condão de me plantarem palavras nas mãos e eu olho para elas, deixo cair os braços ao longo do corpo e compreendo, que apesar da minha altura, de uma envergadura de braços de quase 2 metros, ainda assim os meus braços são pequenos demais para abraçar o mundo. Não sei se ria ou chore, com esta vontade de ir para algum lado sem sair do local, de escrever poemas em prosa, ou condensar prosa em poemas. Travos amenos de uns latidos perdidos na noite, um sorriso num murmúrio e uma mão apoiada numa estrela. Um cansaço que teima em cansar, uns braços que teima m em gotejar o suor de uns quantos sufrágios. Estou em crer que o descrédito da canoa está na quantidade de paus que a compõem...
Thinking Blogger Award
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antónio paiva said... Meu caro, pela originalidade e criatividade do teu trabalho, foste nomeado pela nossa pastagem faz com ela o que achares por bem fazer. Boa semana. Aparentemente ganhei um Thinking Blogger Award e como tarefa irei nomear em brever cinco blogues... Amigos, não sei bem o que dizer, escrever e agradecer... Sabe bem saber que há alguém que partilha a vontade de viver escrevendo, de escrever vivendo e, assim, podermos deixar um pouco de nós em tudo o que faz de nós pessoas, gente! Fiquem bem, Miguel Gomes
Boa noite
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Estou moído. É um termo para expressar uma coisa que se sente, que não é bem cansaço físico, é uma espécie de cansaço indefinido. Sento-me ao computador e tento espremer os dedos nas teclas, para que pinguem algumas histórias diluídas que trago agarradas a mim, mas nada sai. O meu pai, estranhando o facto de me ver aqui a esta hora, o que já não é normal depois de casado, veio ter comigo e estivemos um pouco a conversar. Os olhos cansados, brilhavam um pouco, não sei se cansaço ou desilusão. Antes disso a minha mãe deu-me uma chávena de leite quente e um pão, um jantar que me sabe a banquete, a hora é avançada e o dever de enviar uns emails chamam-me ao computador. Agito as mãos, mas as histórias continuas presas a mim agarram-se à minha face e o seu peso forma o que parecem ser olheiras sob os meus olhos. Paro e sorrio um pouco. Apetece-me dizer que a minha casa é o mundo.
Momentos
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O processo que me leva a escrever é, na maioria das vezes, curioso e divertido. Como usual, mais agora que em alturas anteriores, passo grande parte das viagens para o trabalho a fotografar movimentos de corpos humanos com um pouco de alma dentro. Vou pacatamente sentado no autocarro e sinto “algo” (há quem lhe chame intuição, mas eu chamo-lhe “coisa”), uma coisa, que me faz ficar alerta. Pouco depois sei o porquê do “alerta”, alguém entra no autocarro ou passo por algum local onde está alguém ou algumas pessoas. O que acontece a seguir é fruto apenas da minha realidade, senta-se uma pessoa, um corpo, eu olho e vejo um filme, um episódio daquela(s) vida(s) e um pequeno ponto luminoso chama-me à atenção, “escreve-me”, pede ele, e eu guardo-o na mente, um local mesmo atrás dos olhos, para que possa ver o que eu vejo enquanto está comigo. Depois chego a casa, abro este caderno e começo a escrever, e eis que chego ao processo de escrever que mencionei no iníci...
Um estendal
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Acabei por não escrever o que queria, é sempre assim, "eles" decidem o caminho a seguir. As pessoas com as quais me cruzo vestem uma alma pálida, até as mais idosas, que mesmo na cidade são do tempo em que a cidade era menos cidade, são pálidas, brancas e baças. Flutua, está no ar, uma nuvem invisível de pessoas que já não são pessoas, pesam sobre o ar, imiscuindo-se na própria respiração de um qualquer transeunte, até eu. A cidade. A cidade é cidade desde a idade média, ou antes, desde a idade em que necessitamos de estar em grupo, para nos defendermos de nós mesmos. Um motorista indiferente abre a porta a indiferentes passageiros, pessoas acotovelam-se ajustando-se aos espaços vazios, acoplando um pouco mais das nuvens invisíveis baças dos que nos rodeiam, são raros os sorrisos, mas quando os vejo atiço-os, não os deixo esmorecer. Alguém fala sozinho, uma senhora com idade para ser minha avó insulta outra, que pode até ser avó, “oh puta, deves ter os cornos l...
Restolhos...
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Uma semana cheia, em todos os sentidos, sim, inclui-se o sentido "gula" que, nesta época festiva, enche o meu corpo com amêndoas e todo o tipo de doces típicos e atípicos. Andar de novo de comboio e autocarro fez-me despertar ou acordar de uma hibernação lenta, daquelas em que pensei não voltar a acordar, mas a vida leva-nos para vários lados, sempre da forma que deseja e, assim, tomei de novo contacto com as formas disformes de pessoas que não são gente... Tinha-me esquecido das faces mais pálidas, dos sorrisos escondidos em faces "gargulizadas". É impossível não olhar para o mar de pessoas, ondas constantes em movimentos, e não pensar sobre o que nos move, as necessidades normais, as vulgares regras da sobrevivência. Sento-me nos lugares vagos ou deixo-me ir de pé, a oscilar entre curvas, paragens e arranques, ultrapassagens ou o marejar típico das estradas portuguesas, escondido atrás da capa de um livro, onde misturo fantasia com realidade, numa alquimia ent...