Momentos

O processo que me leva a escrever é, na maioria das vezes, curioso e divertido.
Como usual, mais agora que em alturas anteriores, passo grande parte das viagens para o trabalho a fotografar movimentos de corpos humanos com um pouco de alma dentro. 
Vou pacatamente sentado no autocarro e sinto “algo” (há quem lhe chame intuição, mas eu chamo-lhe “coisa”), uma coisa, que me faz ficar alerta. 
Pouco depois sei o porquê do “alerta”, alguém entra no autocarro ou passo por algum local onde está alguém ou algumas pessoas. 
O que acontece a seguir é fruto apenas da minha realidade, senta-se uma pessoa, um corpo, eu olho e vejo um filme, um episódio daquela(s) vida(s) e um pequeno ponto luminoso chama-me à atenção, “escreve-me”, pede ele, e eu guardo-o na mente, um local mesmo atrás dos olhos, para que possa ver o que eu vejo enquanto está comigo. 
Depois chego a casa, abro este caderno e começo a escrever, e eis que chego ao processo de escrever que mencionei no início deste text(it)o, demoro um pouco, à espera que os vários pontos luminosos, que se acumularam nos meus olhos, decidam qual deles é o primeiro a saltar para o papel. 
Durante momentos baila à minha frente, na folha, mas acaba por diluir-se entre letras e palavras, não sem antes esboçar um sorriso e dizer “obrigado”.

Comentários

Anónimo disse…
Que texto maravilhoso!
Gostei!

*.*
Serenidade disse…
E com sorriso,digo "Obrigada pela partilha" tu que vês e escreves com os olhos e a caneta da alma.

Sereno sorriso colorido.
Anónimo disse…
Obrigada eu, pelo teu texto...

Bjokas com carinho

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