Nas mãos

As noites de Primavera têm a vantagem de serem frescas e arrastarem estrelas cintilantes e uma lua que não sei se é quarto crescente ou minguante. 
Possuem também o condão de me plantarem palavras nas mãos e eu olho para elas, deixo cair os braços ao longo do corpo e compreendo, que apesar da minha altura, de uma envergadura de braços de quase 2 metros, ainda assim os meus braços são pequenos demais para abraçar o mundo.
Não sei se ria ou chore, com esta vontade de ir para algum lado sem sair do local, de escrever poemas em prosa, ou condensar prosa em poemas.

Travos amenos de uns latidos perdidos na noite,
um sorriso num murmúrio
e uma mão apoiada numa estrela.

Um cansaço que teima em cansar,
uns braços que teimam
em gotejar o suor de uns quantos sufrágios.

Estou em crer que o descrédito da canoa está na quantidade de paus que a compõem...

Comentários

Anónimo disse…
Muito bonito este post!

Bom 25 de Abril!
Viva a liberdade!

*.*
Anónimo disse…
Por vezes não somos grandes o suficiente ... ou quanto queremos...

É dificil por vezes querer abraçar algo e não se conseguir...

É como um sonho não concretizado!!

E dói tanto!

=^.^=
Juℓi Ribeiro disse…
Miguel:

Lindo texto!
Que noites lindas e que maravilhosa primavera...

"As noites de Primavera têm a vantagem de serem frescas e arrastarem estrelas cintilantes"

Não podemos abraçar o mundo e muitas vezes não podemos abraçar quem queremos...
Mas o que importa é termos nossas mãos cheias de amor para dar e estarmos sempre abertos para recebermos.
PARABÉNS! Você tem o dom de encantar, através das palavras
que escreve.
Um abraço carinhoso.*Juli*

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