A chuva, sempre a chuva
Crónica, na Bird Magazine . Não pelo frio, que corre lá fora, mas pela memória de ver serpentear a espuma do café sob a negrura do líquido e dos dias, que me aquece as mãos em concha segurando a tigela. Não pelo calor, que deslizará a seu tempo pelas paredes exteriores e interiores de um mundo físico, onde cada sombra terá a certeza de sobreviver até nenhum sol mais nascer. Por onde, por que, porque, os dias e dias salpicados de cadências rítmicas que não soam, que não são. Há onde tu lá estás algum percalço que faça cair as estrelas quando tropeças nas etéreas obras que criaste? Tenho por fundo o fundo, apenas. Está para lá, onde as memórias se enaltecem do futuro que ajudaram a edificar, mas cujo fruto nunca puderam saborear. A cada passa um futuro, o potencial gravítico que me agarra ao planeta. Como o adoro. O planeta. O futuro. Terminarei ainda antes da música, mas mesmo que não tinam as pautas, mesmo que a filosofia me abandone e eu seja...