Páscoa
in Bird Magazine - E agora? Pergunto transpirado, apesar da madrugadora hora a que o faço, depois de sacudir as mãos e o pó que se desprende se transformar numa espécie de neblina dourada que o ar se encarrega de levar para polinizar o deserto, encostado à pedra que acabei de rolar, de mãos gretadas e inchado de esforço. Olhas-me directo no olhar e esgueiras uma espécie de sorriso. Há nesse teu silêncio sorridente uma resposta a toda a indagação que ainda nem se sabia pergunta, já tinha abraçada a si a compreensão daquilo que ainda não se tinha incompreendido. Pousas a mão no meu ombro, a dor que moía maceradamente e me punha a pele comprimida contra o músculo avermelhada desaparece. Dizes-me para sairmos daqui, levanto-me a custo esquecido que estava do peso desta e da anterior noite, ao relento, tal como tinhas dito. - Não podemos ficar por aqui? Estou cansado. Mas tu sorris novamente, mirando-me na ternura com que um pai espreita o filho quando ele, inocente, se tom...