Não fosse pelo calor que este Sol vai brotando de todos os espectros, onde estaria eu? De mãos secas e olhos húmidos se vai percorrendo os corredores, por vezes frios, onde abundam portas semicerradas, abertas?, com faces semi vivas lá dentro. De quanto valor necessita a vida para ser vivida? E a frustração, será ela o troco a tudo o que se dá? Os pneus vão martelando ruído no asfalto, enquanto uma música sem conteúdo se atira abaixo da instalação sonora e se estatela nos meus ouvidos tapados. Palpita-me o coração, talvez a vida, talvez de sina, também ele cansado de bombear fluídos e receber, não fosse pelo calor, um salário com pouco verde e alguma dor.
Cobre-se a vida na candura o branco e o invisível que perdura, sagrado o dia espreguiça-se pela tarde e é Deus (de quem tudo tive) que sussurra: a vida é o que em nós Vive.
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