Já todos fomos al(gu)ém. De repente, como quem pisca o olho, 20 anos transformam-se em traves de cimento, gares tecnológicas, pessoas vestidas de botões e cristais líquidos, pregões substituídos por vozes maquinais e toda uma tarde cravada em cinzas, com que prenunciando a erupção de um vulcão que, paradoxalmente, apesar de parecer volátil e prestes a expelir a camada bafienta do outro nós, está ainda tão enraizado em tanta falta de nós no outro.
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A mostrar mensagens de agosto, 2013
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Pela janela do meu quarto espreitam cortinas descerradas lá entre vidraças que se fazem postigo alcançaram a custo as saídas erradas. Jamais o horizonte, a faixa de vida que se espreguiça ao longe, nasceu para deixar viver entrelaçado, nas agruras do fado lá entre os postigos que se fazem vidraça as saídas, erradas, que a custo alcança.
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O encontro surge a meio caminho do Eu Tenho. Desagregado do que me agregam, do ter ao parecer, enfermo ou são. Acima do que caracteriza, incaracterístico, um verbo. Sou. Tenho-me a mim, nao este que manuseia dedos, mas quem aos dedos amavelmente solicita colaboração, entre mundos e universos, para grafar um desacordo ortográfico, porque eu Sou e serei, além, aquém, Eu, porém.
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Ao calor, que me liberta da roupa folgada que teimo vestir, estou nu, sem haver que vista ou repare a minha escrita desnuda, nos passos trôpegos no silêncio, no vazio, nu, vazio. Inebriado resisto ao chamado às vozes que ninguém ouve, à prisão em que meu corpo se transforma e a todos os que as pupilas reflectiram. As palavras tive-as, eram esquissos das obras que sonhei fazer, resistiram dias, creio que meses ao chamado de um cantar inaudível, irresponsável até, que faz de meus braços eu mesmo e de mim, uma pálida pirâmide cujos hieróglifos suspiro por não os saber decifrar.