Já todos fomos al(gu)ém. De repente, como quem pisca o olho, 20 anos transformam-se em traves de cimento, gares tecnológicas, pessoas vestidas de botões e cristais líquidos, pregões substituídos por vozes maquinais e toda uma tarde cravada em cinzas, com que prenunciando a erupção de um vulcão que, paradoxalmente, apesar de parecer volátil e prestes a expelir a camada bafienta do outro nós, está ainda tão enraizado em tanta falta de nós no outro.
Cobre-se a vida na candura o branco e o invisível que perdura, sagrado o dia espreguiça-se pela tarde e é Deus (de quem tudo tive) que sussurra: a vida é o que em nós Vive.
Comentários