O barulho de uma motorizada, ao longe, fá-lo acordar. Não sabe como, mas tinha coberto a cabeça com a serapilheira, talvez para se resguardar dos primeiros raios de Sol e não acordou com o raiar do dia, como era costume. Levanta-se de uma vez só, espreguiça-se continuamente até ao portão, afasta a meia pipa e espreita por uma nesga. O barulho da motorizada aproxima-se, estridente. Aquele zingarelho com duas rodas levava condutor, que era a modos a pessoa que agarrava aquele ferro e indicava o caminho ao cego motociclo e, atrás dele, agarrado a ele, uma menina agarrava-se ao condutor, com medo do vento a levantar. Tinha um minúsculo capacete, que premia contra as costas do pai e, ao passar pela eira onde o carteiro espreitava pareceu sorrir, como se o visse. A motorizada segue o seu caminho, cega, com o seu domador a atiçar ora para a esquerda ora para a direita, galgando caminho por entre terra batida, terra solta, raízes de árvores e regos feitos por outras motorizadas e pela água da ...