Desde que sou tempo, passam-me a conversar pares quadrigêmeos de mãos sem se tocarem.
- Acho que vi uma pessoa.
- Não vejo. Virá para aqui?

Pouco se rende o cansaço, nem esmorecendo a esquina que não se consegue dobrar, há sempre um par de cegueiras vendadas que me faz acordar.
- Passou novamente sem parar…
- Nem abrandou?

Nada me demove, mesmo aqui parado ouço outros imóveis urdindo planos elevados onde não alcança o céu, quanto mais as estrelas…

- Vem aí alguém!
- Outra vez?
- Não, vem mesmo para aqui.
- A sério?
- Sim… E traz algo.

Os passos apressados, inquietos, trazem a cegueira que me atribuem, conspurcam a mágoa e as ombreiras do destino, pintando de negro o arco-íris da amizade.
Ladrilhando de solidão o transparente, facilmente cegou a sua irmã oposta em gestos firmes sem vida, onde chaves invisíveis jamais abrirão em par o agreste que semeia o verde.

- Quem era?
- Não sei, já não vejo…

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