Subir
Subir o Marão, olhar a placa alusiva a Miguel Torga, descer para Vila Real e, mesmo parado, continuar a viajar pelas estações do ano que moram em cada cara com que me cruzo...
Pessach
“Pessach” Crónica do Nada , no Correio do Porto . O puto abana-se uno com a sineta que trina, o braço cansado pende como um ramo seco de árvore que sonha ser galho, anunciando vem aí o compasso!, a opa alva dança e as nuvens riem-se quando o vento lhe atira o resto da brancura pelas costas acima, embrulhando-se na cabeça. Não se demove, continua a badalar num esforço contínuo apenas vencido pela zelosa missão de, além de adolescente, ver chegar ao fim a madrugada procissão, solitária, a cruz acima e abaixo de caminhos, os verdes ao chão, as flores na mão, de cara fechada, uma madeixa dourada rivaliza com o sino zonzo já de tanta sacudidela firme. O vento desiste soturnamente, as nuvens deixam de joeirar a cena e dispersam num certo tom de desprezo, a opa solta-se e cai harmoniosamente sobre as costas arqueadas, mas não sucumbidas, tudo sem que o sino deixasse de tocar. A solenidade foi-se perdendo, sobra agora uma espécie de desejo que tudo termine e possa seguir viagem, arrancar um...
Comentários
que saudade: vir ler-te é reviver todos esses locais maravilhosos. Na subida e decida do Marão podemos contemplar imensas estações, quer na natureza quer nos rostos que se cruzam connosco.
Tenho mesmo de voltar a saborear o caminho até Bragança, mas só! Só assim se saboreia com plenitude.
Serenos sorrisos