Vozes que não abracei
Nascem-me os mundos pelo olhar, não suporto as vozes que não abracei, porque se me calam os acordes das letras com que à vida brindei? Há um cruzeiro de pedra quatro esquinas cinzeladas a granito e um corpo abandonado pela solidão que saúda os ventos, uma fonte seca por onde vertem terras inférteis e o cabelo desgrenhado das vinhas por não haver ninguém que lhes penteie as podas. É mato urdido num rosto encardido sob a Lua, sob o céu, um naco de vida de fugida que é tu, que sou eu.