Adiado

O teu silêncio acolhe o trovão,
a água salpica na noite
e o musgo seco adormece na minha mão,
serpenteiam-me as estradas que não conheço
em busca de um eu
que faz falta um tu,
é um pinheiro eucaliptado no relâmpago
que ascende em longas sombras de imaginação.

Tenho meio cobertor,
metros quadrados de um calor que não me chove
na madrugada em falta à prova dos nove.

É um acordar adiado
e um adeus
num corpo contorcido inerte,
assim ecoa o arrastado gotejar
da nuvem da vida
que nos meus olhos verte.

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