Vozes que não abracei

Nascem-me os mundos pelo olhar,
não suporto as vozes que não abracei,
porque se me calam os acordes
das letras com que à vida brindei?

Há um cruzeiro de pedra
quatro esquinas cinzeladas a granito
e um corpo abandonado pela solidão
que saúda os ventos,
uma fonte seca por onde vertem terras inférteis
e o cabelo desgrenhado das vinhas
por não haver ninguém que lhes penteie as podas.

É mato urdido num rosto encardido
sob a Lua, sob o céu,
um naco de vida de fugida
que é tu, que sou eu.

Comentários

MS disse…
...é o homem/mulher perdido entre o nada!
É o pais desovoado de esperança!

Fica bem!

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