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A mostrar mensagens de fevereiro, 2009
Quatro quadras na canção dos teus olhos, no som de um sorriso ou alvura que são os tempos onde te vi viver... Leva-te a brandura e o dançar das cordas que a minha guitarra sonha, o ambiente cuidadoso que as estrelas saboreiam, o toque quente de uma mão e a profundidade amena da tua imaginação, traz-me o futuro no teu regaço, no sonhos encontrados que são as imaginárias realidades de contornos sonhados... Uma vez apenas, sim, uma vez, no término de um ciclo incompleto, dá-me a valsa que me dançou e a noite cuja mão saboreou...
Bom final de fim-de-semana. Nada que não se deseje, no entanto, vamos primar pela originalidade! Desejar um bom ano tem sempre um estímulo, para quem deseja (na ânsia de ouvir o mesmo do outro lado) e para quem recebe, por isso, eis o meu desejo, para ti, na ânsia de ouvir o mesmo, aqui fica: bom final de fim-de-semana! Começo a retomar a escrita e alguns dos sonhos afloram, ainda que durante o dia. Circulava hoje de carro e surge a voz do costume, sussurrando umas letras, uma frase que tinha que converter em poema... Parei o carro, o caderno ia já aberto, de sobreaviso, não tive tempo sequer de abrir a porta, quando as palavras chegam assim, fazem-no com um misto de misticismo e física quântica, não são onda, nem são partícula, são uma espécie de materialização de pigmentos, na retina e no papel. O avançado da hora e o desejo de dormir umas boas horas para enfrentar o amanhã, fazem com que fique por aqui, fisicamente, porque mentalmente, tu sabes, estou aqui a ver-te e a tentar que...
Vejo-te aí, sentado, pesando as horas até à madrugada, rindo, chorando e umas calçadas que te percorrem no sussurro das noites iluminadas.  Não sabes quantos anos te viveram.  No entanto, achas-te numa infância envelhecida, onde as caricas com cera de vela ou casca de laranja são recordações breves dos longos dias que salgaste.  Há jornadas assim, percorridas por uma neblina ténue, como se o dia se recusasse a acordar, onde os sonhos se propagam rapidamente, sem defesas ou ameaças, apenas nadando de encontro às águas de quem os bebem.  São dias assim, onde descansas e ele, sem dares por isso, se encosta a ti e diz:  - Não sou um sonho.
Diziam-me que a esperança é a última morrer... Acredito... O que significa também que morre sozinha...
"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já têm a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousamos fazê-la, teremos ficado para sempre à margem de nós mesmos" Fernando Pessoa