Vejo-te aí, sentado, pesando as horas até à madrugada, rindo, chorando e umas calçadas que te percorrem no sussurro das noites iluminadas. 
Não sabes quantos anos te viveram. 
No entanto, achas-te numa infância envelhecida, onde as caricas com cera de vela ou casca de laranja são recordações breves dos longos dias que salgaste. 
Há jornadas assim, percorridas por uma neblina ténue, como se o dia se recusasse a acordar, onde os sonhos se propagam rapidamente, sem defesas ou ameaças, apenas nadando de encontro às águas de quem os bebem. 
São dias assim, onde descansas e ele, sem dares por isso, se encosta a ti e diz: 
- Não sou um sonho.

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