Desertos por escrever
Despertam-me os vivos e a chuva. O latejar ardente de cansaço eclodido repousa arfando na tua mão, o peso morto e mirrado que habita no teu peito não é pedra, é coração. Profetizo as palavras na pausa de um suspiro, quando à vida as vidas viro percorrem tempos e alentos os momentos angulares, julgando serem infinitos são apenas da noite, esgares. Tenho-te no centro do que não sou, augúrios e angustias e desertos por escrever, ouço badalos nas montanhas dos meus olhos a percorrer, será ali que estou? Os medos afugentam nuvens e pessoas, dilaceram pastos bastos, cerro os dias e sorrio enquanto semeiam temor e um amanhecer atiçado. Eu não sou pastor, sou cajado...