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A mostrar mensagens de agosto, 2006

Em olhos de sonhar

Trago no peito um sorriso alado, miro atrás das nuvens e além mar a entrada para o sonho, das quatro faces da claridade e da mão que embala o mundo, ao som da amizade, com o saber da certeza e o travo doce do amor. Agora, mais que acordar procuro nos teus olhos o meu sonhar...

Suspiros na noite

Enquanto as estrelas teimam em não descer tudo em mim é saudade, da música que inebria ao tacto da amizade profunda... Enquanto as estrelas teimam em não descer, eu sou fragmento de mim mesmo, peça incompleta no puzzle da vida, porque de mim são sorrisos vossos e de vocês, ai de vocês, minh'alma em segredos e distantes suspiros, que hoje amigos e amanhã... Amanhã suspiros...

Let me be

Deixa, deixa que pelo menos uma vez o cansaço me vença, que eu feche os olhos cansados e fundos. Deixa, deixa que meu corpo tombe à força dos arpões, que descanse as mãos e a noite seja minha cama, fria como sorrisos vagos e húmida, como as que brotam no escuro. Deixa, deixa que chore, que soluce e minha alma respire, que possa dizer, ainda que unicamente, “estou tão cansado…” Deixa, deixa que sobre os meus ombros não pesem as pedras perdidas da vida e dos sorrisos, que carrego em mim para que outros não esmaeçam. Deixa, deixa-me sentir uma vez mais as estrelas, sentir-lhes o cheiro doce e o calor que aconchega a saudade, que tão longe me traz o Amor. Deixa, deixa-me prostrar, esmorecer, sussurrar a medo para que os vultos não me ouçam, segurar a cabeça na parede fria e áspera, raspar uns traços de tinta no papel, adormecer aos poucos como a neblina das manhãs de Verão, olhar o Sol que mais um dia no meu infinito impera e sorrir, sorrir po...

Coisas...

Tenho um caderno que me acompanha. Bem, tenho vários cadernos que me acompanham, perdidos em vários locais, onde escrevo as ideias que aparecem, é como andar sempre com uma cesta e guardar os cogumelos (comestíveis, de preferência) que se encontram por aí. Geralmente nos cadernos escrevo as ideias, ou os sentimentos decorrentes de quando encontro alguém, pela primeira ou enésima vez. As pessoas são estes bocadinhos de nós próprios, não são? Quem me mandou esquecer do caderno? Deixei-o na porta do carro, mas entre parar, sair do carro e entrar novamente, ele conseguiu fugir, voando. Vislumbrei-o ainda por entre nuvens, olhando para mim e sorrindo, enquanto continuava a subir até encontrar algo invisível. Aí, pegaram nele e anotaram um recado para mim. Só voltei a mim quando o carro atrás buzinou, arranquei e, mais à frente, li o que tinham escrito para mim. Coisas.

Aqui, entre cá e lá

A chuva que cai, em Agosto sabe-me sempre bem, permite-me andar por aí, entre cá e lá, quando estou aqui. Nada me tira a vontade e o sonho, este estado passageiro, físico, de saborear a chuva e sorrir.  Há coisas que me animam e com as quais ainda consigo sorrir, que até eu fico surpreendido. Constato que este lado infantil ainda permanece em mim, saltar nas poças de água, sentir o vento e a chuva na face, rir sozinho dos meus "defeitos". E ficar arreliado quando toca o telefone e eu tenho que me levantar.  Até já, aqui, entre cá e lá.

Até já

Transcende os limites do limitado, os jardins mudos de pedras gastas e flores sempre serenas. Ultrapassa, nasce, morre e torna a ultrapassar o visível visto apenas por quem não vê, há mistérios tão simples como a mão que me guia os dedos. Trajado de sonho e pontilhado de ilusão, as estradas fazem das palavras um veículo que conduz às veredas das ilhas inexistentes e abraços, que de nunca dados, são degustados com saudade.

Quatro de um

Quatro de mim em olhares furtivos e sorrisos de cetim, tangencias de vidas e sonhos, poderia a vida ser mais feliz?

Rápido

Voltei... Mini-férias, misturadas com Lua de mel, de um casamento maravilhoso no registo civil que pouca gente conheceu ou ouviu falar. Estou aqui, com o computador ainda em casa dos meus pais, com um calor abrasador e o lamento da sirene dos bombeiros. Não queria escrever, as teclas parecem duras demais, mas os dedos sentiam falta de conversar com elas. Os meus olhos fechados não conhecem nenhuma paisagem, nem quando vagueio fora do corpo. Não conheço o céu azul, nem as noites de luar... Até os poemas choram ainda antes de sair, porque o futuro parou e perguntou-me: "mas que raio queres ser tu na vida?" Vou novamente, foi rápido.