Agora, que todo o tempo morreu
in Bird Magazine , em 29/01/2017. Vou caminhando por entre as palavras, há um labirinto imenso de onde não quero sair, a dimensão onde tridimensionalmente me acometo às letras e as guardo, para mim, apenas, sem saber delas onde pousar lesto o pé e devagar o olhar. Cá dentro, na caixa onde se inspira um bater compassado, vou tecendo de olhos no céu um arco de volta perfeita, cabendo na palma das mãos a luz que invoco à gravidade do astro que um dia sonhei brilhar. Não há pausas na vida quando ela se senta ao sol, parada, contente, como um punhado de flores que se sabe feliz por não ser gente. Floresça a realidade por fruto de imaginação, quando nada há a dizer tudo se escreve pois infla soma e esvai-se psicose no direito a ser-se mesmice. Quem nunca pesadelou no que já disse? Esqueço-me de vós, mãos, porque vos trago em concha na tentativa de vos encontrar pousadas sobre os meus ombros. Quantas palavras da nebulosidade condensaram os pensamentos asce...