Vou, sempre, não ido, mas vou, a palavra. Vou sem ir, aqui, contemplando, contemplo e ando, com templo... Sacio a ternura de ter uma vela cambaleante pelo aspirado suspiro alheio. Creio. Por aqui, no caminho do meio, não sei o que tacteio. Caminho que não eu, não meu. Vou, sempre, não ido, mas vou, a palavra. Eu.
Mensagens
A mostrar mensagens de fevereiro, 2015
Onde quer que vá
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Crónica de domingo na Bird Magazine . Encontro-me, invariavelmente, de regresso a mim mesmo a meio caminho de me descobrir ao encontro de uma parede, preso por palavras, acorrentado a frases que se pronunciam a cada silêncio que me bate no para-brisas em forma de gotícula, ainda não húmida, porque a textura da água caberá a mim grafiar, gota a gota, aguaceiro a aguaceiro. Pouco me interessa a companhia do tempo. Ele, tempo, aborrecido, senta-se a meu lado enquanto o conduzo pela minha vida fora, fora e dentro. Há pouco que lhe diga. Um olá, talvez, a cada madrugada em que ele me acorda para eu o poder ver na matematicalidade do relógio digital. São 1:23, 2:34, 5:55, 6:54. Não achas engraçado? Sim, acho, respondo-lhe, agora deixa-me dormir novamente. E ele encosta-se às paredes, desaparece atrás da sombra do móvel, que é lugar de tempo, para somente acordar quando me decidir levantar como quem opta por virar em qualquer direcçã...
Contigo
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in Bird Magazine . Olho várias vezes para as minhas mãos, questionando-as. Não sei se da preguiça ou por parte do cansaço, há sempre um medo do que serão capazes de fazer, de olhar. E olhar, que me leva para dentro de ti, traz um misto de vidas iguais em vidas diferentes. São tantos os momentos de tangência, que fico sem saber ou discernir, qual a sobrevivência que vivo. Anima-me pensar (acto de ser igual a uma imagem) que, de facto, pouco há a compreender da vida. Afinal, o caleidoscópio por onde espreito a luz é apenas a face de um dodecaedro. E eu, que gosto de matemática, fico feliz com isto. No meio de todo o silêncio faz-me falta serenar, estar a sentir o vento (e por falar nisto, roí-me de inveja do senhor que conduzia um tractor, no meu caminho de casa, com menos um farol, um arado a deitar terra na estrada, o cigarro apagado no canto da boca, uma mão a segurar as abas do casaco junto ao pescoço e outra no volante) e deixar-me falar com o vazio. Curioso como quando estou sozi...
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Esqueci o sabor do abandono, quando chove cheira a terra abandonada molhada, a terra e a abandonada. Molhada. Já nem mosto espremo da vintageidade a que me cavernizo, pensei que fosse de carvalho a madeira tanoeirizada, mas é um composto qualquer, sem posto, sem pousio outro que não o descanso e a saudade de me ver com sabor. A mar. Amar. De vida bebida a lua, saudade, minha, vales-me Tua. Não me sabendo serpentear vou-me tolhendo, folheando, crescendo ao cimo de um regato, talvez encontre em mim quem sou, de facto.