Creio nas palavras, ainda que silenciosas, que escorrem pelos olhos de quem não precisa ver. Creio no que vejo, ainda que cego, que entra pelos poros das histórias que não sei escrever. Creio e por querer crer sei que em cada frase há letras que desenhei e não abracei. Sinto falta de me sentar na beira do Universo, debruçar-me, balançar as pernas e lançar uma mão cheia de estrelas para o firmamento. Saltar depois e aterrar num planeta qualquer, apenas pelo prazer de olhar para cima e tentar descobrir, ou escrever, os pequenos pontos cintilantes que foram eu num momento. É quando sinto ser necessário não crer que sei que existo.
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A mostrar mensagens de maio, 2013
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Gosto de gostar e pelo acto de as estrelas brilharem porque sim. Afinal, a vida é um corropio, um novelo que se desenlaçou sabendo que não tem fim. É a conclusão a que chego, por entre estes dias onde me esfrego, que ser-se para viver é gostar pelos quadros todos mesmo querendo estrelas almejar, é nos dementes e nas suas quietudes a rodos que sei a luz exaurida cheguei há uns meses cá desenlaçando-me por saber que não me tenho fim e por nascer, estou já de partida.
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Iniciei esta peregrinação ainda não sabia andar. Do ventre ao mundo, do mundo a mim, uma vida inteira de caminho. Percorro todos estes passos em forma de dia, um a seguir ao outro, na consciência que deixo para trás no caminho vários dias em forma de passos só meus. Nada tenho. O que me caiu no regaço seria do vento ou da vida, de peregrinos que marcham ou de peregrinos que mesmo sem darem um passo terminaram o seu caminho, ainda antes de o partilharem com outros peregrinos. Ou comigo. A minha dormida é uma casa móvel, de tão pequena e simples cabem todos os que lá desejam pernoitar ou descansar, não a levarei comigo, nem o caminho, apenas os abraços e os acenos, os olhares e as noites de Setembro com seus sabores amenos. Chegarei ao final do caminho não muito longe do início, apenas para cair nos braços das minhas memórias, despojado de casas, bens e males, levando comigo apenas a peregrinação de quatro pegadas. Entregarei o cajado à terra, que se encarregar...