Serás....espero que sim! Quanto ao Verão parece-me ainda bem longe de terminar e se nós soubessemos a equação certa do amor, este nunca terminaria! lindo poema beijinhos
Face em ângulos e triângulos, ocultas, não cansa de mostrar-se, encantada em curvas de espírito e luz.
Por que, enfim, nasceu pétalas, entrâncias e reentrâncias, lagos, luas, protuberâncias, se o futuro está distante?
Sóis iluminam suas formas: pistilos, talos e raízes. Cada raio de sol dá força tão estranha e incomum! Dia avante, passo-mágico, mais estrelas para a noite vertical. Vem plácido o dia.
Cabelos d’ouro ou de carmim, do preto até um branco sem fim. Perfume abelhudo, vôo-borboleta, tudo esplende entre você e mim. Uma cicia a outra, conversando: - Você já sentiu alguma dor? - Jamais! Nem quando nasci.
Ai, dores dos mortais de carne e osso, areia e pedra e vento e ar! Nada podemos do presente, só olhar. O futuro está em nós.
“Pessach” Crónica do Nada , no Correio do Porto . O puto abana-se uno com a sineta que trina, o braço cansado pende como um ramo seco de árvore que sonha ser galho, anunciando vem aí o compasso!, a opa alva dança e as nuvens riem-se quando o vento lhe atira o resto da brancura pelas costas acima, embrulhando-se na cabeça. Não se demove, continua a badalar num esforço contínuo apenas vencido pela zelosa missão de, além de adolescente, ver chegar ao fim a madrugada procissão, solitária, a cruz acima e abaixo de caminhos, os verdes ao chão, as flores na mão, de cara fechada, uma madeixa dourada rivaliza com o sino zonzo já de tanta sacudidela firme. O vento desiste soturnamente, as nuvens deixam de joeirar a cena e dispersam num certo tom de desprezo, a opa solta-se e cai harmoniosamente sobre as costas arqueadas, mas não sucumbidas, tudo sem que o sino deixasse de tocar. A solenidade foi-se perdendo, sobra agora uma espécie de desejo que tudo termine e possa seguir viagem, arrancar um...
Olá. Parece-me que é a última vez que venho aqui, ao blog, para escrever. Acho que me cansei de cultivar o lado bucólico da vida neste espaço virtual. Inevitavelmente, nada é evitável, digamos que faz parte da vida sermos assim, uma sucessão de dias e horas, segundos e noites, sonhos e pesadelos. Confesso que esta deve ter sido a primeira vez que me sentei em frente ao computador sem um motivo, ainda que muito distante do meu fio condutor, para escrever. Sentei-me e assim fiquei, a olhar, sem qualquer história para escrever, sem qualquer sonho misturado com música e flores que nascem nas encostas das estrelas. Orgulho-me de continuar, por aí fora, sendo eu mesmo, com mais ou menos pontapés na boca, mas escrevendo em meu nome, comigo e para mim.
Não tem sido fácil, o tempo, sempre o tempo, escasso para escrever, contar, ler e viver... Prometo que daqui para a frente será diferente... Até lá, tenham um bom fim-de-semana. Fiquem bem.
Comentários
e se fores?
há tempos que é preciso parar, ouvir e depois avançar.
lindo poema
beijinhos
Vale um poema:
A FLOR, AS FLORES
Face em ângulos e triângulos,
ocultas, não cansa de mostrar-se,
encantada em curvas de espírito e luz.
Por que, enfim, nasceu pétalas,
entrâncias e reentrâncias,
lagos, luas, protuberâncias,
se o futuro está distante?
Sóis iluminam suas formas:
pistilos, talos e raízes.
Cada raio de sol dá força
tão estranha e incomum!
Dia avante, passo-mágico,
mais estrelas para a noite
vertical. Vem plácido o dia.
Cabelos d’ouro ou de carmim,
do preto até um branco sem fim.
Perfume abelhudo, vôo-borboleta,
tudo esplende entre você e mim.
Uma cicia a outra, conversando:
- Você já sentiu alguma dor?
- Jamais! Nem quando nasci.
Ai, dores dos mortais de carne e osso,
areia e pedra e vento e ar! Nada podemos
do presente, só olhar. O futuro está em nós.
Chico Miguel