O comboio e o olhar permaneciam ligados pelo vento. Nada une mais dois objectos que o vento. O olhar aproxima, constrói, convida e toca. O comboio leva o olhar, no olhar e ao olhar de outras paragens, transporta consigo o olhar sem ter olhar próprio. Mas o vento, o vento é o único que consegue fazer o olhar transportar o comboio, sem carris, sem rede, apenas com um olhar fugidio cujas agulhas o carril nunca tricotou. Se ao menos o vapor...
Cobre-se a vida na candura o branco e o invisível que perdura, sagrado o dia espreguiça-se pela tarde e é Deus (de quem tudo tive) que sussurra: a vida é o que em nós Vive.
Comentários
Li o teu texto em voz alta!
:))
Um abraço.
saudações amigas
FERNANDINHA
Um abraço.
...texto muito bonito!
prosa poética encantadora!
...gostei imenso da expressão
"...cujas agulhas o carril nunca tricotou."
parabéns
xis létinha
Como tu muito bem disseste, tem qualquer coisa de especial...
Bj
*.*