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(fotografia de Norberto Valério ) Sobranceira ao meu olhar, aninho-te no regaço da saudade que o Sol dissipa, enquanto voltam a teu ventre cadilhos e a teus braços, gastos, filhos. Perdidos passos percorrem poeira, restos de memórias vivas morrem lentamente à sombra do esquecimento que um falso Sol peneira, afasta-se o rumo, a vida, os cheiros e a tez, porque já não curte o frio os frutos e as mãos de petiz, que homem se fez. Dás-me corpo ondulado, seiva e calor de teu regaço longínquo e molhado, namora-te o estio a ausência e o pousio, o vazio que te percorre arde sem chama, vivos frios olhares e labutas guardam jardins de sonhos idos que se encontram com a calma. Em ti, a paz que desejo minha, a tépida esperança acesa tem gotas de rio que te beija, que não te sabendo rainha ingenuamente murmura: princesa...