Ser de quem?
Sentei-me no sofá, tal como ontem e escrevi algumas linhas. Queria aproveitar o facto de as ideias estarem a aflorar, mas constatei que faltava-me força, os dedos não premiam ritmadamente as teclas, pareciam até com menos vida e não conseguiam fazer florir as palavras. Escrevia sobre um certo episódio, daqueles que via quando viajava de comboio, mas as personagens pareciam agarradas a outras histórias dentro de mim e mesmo eu, que as adoro reviver, estava com dificuldades em ver por entre o nevoeiro que se levantava, Desliguei e fechei o portátil, pousei-o na secretária e vim para a cama. Coloquei o caderno na mesa de cabeceira e li um pouco. Preparava-me para dormir quando o caderno me chamou. Abri-o e escrevi estas linhas, sem saber porquê. Para tudo há um tempo e o tempo não existe,.. Creio que "têm" razão, somos dos sonhos e não eles de nós, apenas governamos os sorrisos e esses, bem, saber que os posso mandar sorrir em qualquer circunstância faz de mim um rapazinho...