Há mais histórias, contos e poemas num minuto de vida do que em todas os livros do mundo. Escrever o que vejo, como vejo, as pessoas, os locais, cenas e cenários, tudo é imenso, tudo é enorme para poder reduzi-las a meia dúzia de palavras. Posso tentar, sempre, que cresçam das mãos palavras, frases, tal como saem de meus olhos, mas é difícil. Tudo é saudade Tudo me sabe a saudade, A terra molhada nas unhas e palmas das mãos, O suor e seiva dos olhos Que caem e fertilizam os chãos. Tudo me cheira a saudade, O corpo, um corpo estranho visto de longe, Uma qualquer aparição consciente de meus sonhos, Um beijo de alegria na face, O calor tórrido, excitante, de névoas sobre a cidade. Tudo me sabe a saudade, Cores, Negros, brancos, amarelos, vermelhos, Todas as cores de um arco-íris nas faces, O mesmo olhar, raiado ou não, da tristeza nos espelhos, Dores, Partos de um sorriso que teima em não morrer, Esgares paridos de encontrões no meu peito, A lama onde me deito, O...