Os vossos olhares fundos de solidão
Olhares fundos de solidão,
saliências na noite
e reentrâncias no alvorecer
que sucumbem na solidão,
longas nuvens de fumo negro
que sai da alma
e do sonho
para em teus anseios morrer.
O toque na pele é lapidar,
é frio e distante
e, no entanto,
é mais que carente,
é fremente,
é dor contida nesta lágrima
é o embalar surdo do teu chorar.
Quantas cadeiras e divãs,
quantas?
Quantas das faces te escondem
o chão,
onde te sentas e sentes
os olhares fundos de solidão...
Olhos fundos de esperança
Sou de mim eu mesmo
algo que encontra em ti,
noutro
ou noutra,
um novo sorrir
um velho olhar
que ofusca as paredes espessas de fumo.
São mais que as carências
essas rodas de algodão doce voador
em mãos vazias de outras mãos,
em sorrisos ausentes de amor.
Sobem e caem nas ausências
no âmago das tuas existências,
fazem deste fio de Ariadne
uma ténue lembrança
da água que fugia desta fonte
para cair, serena,
embalando os corpos numa indistinta dança.
Se os dedos esgrimam no ar
a ânsia de tudo dizer,
os olhos fundos de esperança
trazem à memória
mais que sonhos a viver,
toda uma vontade,
utópica,
de tudo amar...
Vem ter comigo neste recanto
onde descanso,
das almas doutros
que carrego,
que sustento,
sou eu da solidão
como o mar da gota,
da ansiedade ao tormento
um mar que não alcanço.
Termina em ti
ou na próxima vez
as mãos que suspiram
"Ainda não foi desta que vivi",
vacilam
com altivez
nos meandros da estátua que a todos sorri...
saliências na noite
e reentrâncias no alvorecer
que sucumbem na solidão,
longas nuvens de fumo negro
que sai da alma
e do sonho
para em teus anseios morrer.
O toque na pele é lapidar,
é frio e distante
e, no entanto,
é mais que carente,
é fremente,
é dor contida nesta lágrima
é o embalar surdo do teu chorar.
Quantas cadeiras e divãs,
quantas?
Quantas das faces te escondem
o chão,
onde te sentas e sentes
os olhares fundos de solidão...
Olhos fundos de esperança
Sou de mim eu mesmo
algo que encontra em ti,
noutro
ou noutra,
um novo sorrir
um velho olhar
que ofusca as paredes espessas de fumo.
São mais que as carências
essas rodas de algodão doce voador
em mãos vazias de outras mãos,
em sorrisos ausentes de amor.
Sobem e caem nas ausências
no âmago das tuas existências,
fazem deste fio de Ariadne
uma ténue lembrança
da água que fugia desta fonte
para cair, serena,
embalando os corpos numa indistinta dança.
Se os dedos esgrimam no ar
a ânsia de tudo dizer,
os olhos fundos de esperança
trazem à memória
mais que sonhos a viver,
toda uma vontade,
utópica,
de tudo amar...
Vem ter comigo neste recanto
onde descanso,
das almas doutros
que carrego,
que sustento,
sou eu da solidão
como o mar da gota,
da ansiedade ao tormento
um mar que não alcanço.
Termina em ti
ou na próxima vez
as mãos que suspiram
"Ainda não foi desta que vivi",
vacilam
com altivez
nos meandros da estátua que a todos sorri...
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