Feliz Natal.
Há uma riqueza infinita em valorizar mais as pessoas que não têm, do que aquilo que tu próprio podes ter.
Que os passos apressados sejam substituídos pelo caminhar de um lado para o outro no recinto a que chamam casa e eu, inocente, gosto de chamar estábulo.
Que nunca o pouco farte tanto como quando o nada que nos veste não pese no ego, e o sorriso que se cruza connosco abra boas tardes e boas noites sinceras, sem comentários, votações, partilhas e discussões.
Que o silêncio diga grande parte do que se ouve enquanto a noite se digere e o céu nocturno, escuro, pintalgado de estrelas ausentes, se debate para encher de sonhos os mais inocentes.
«Por arte mágica paternal, dentro da bota ortopédica surgia o que eu pedia (e a única coisa que na estreita chaminé cabia). A lanterna, já com pilhas necessárias e eu, ansioso, calado, com olhos húmidos, rasgando com cuidado o papel, abria a porta da cozinha voltada ao encantado arvoredo, sem qualquer frio ou medo, espreitava o pinheiro e o anjo (na verdade só lhe via a asa) e, fazia sinais para o céu, cheio de saudades de Casa.» (in Lanterna, Crónica do Nada, Correio do Porto)
Na véspera amena do que nos une,
possas ascender ao infinito
em tudo o que não tenho dito.
Numa palavra,
em sorriso aberto,
sem laço.
Num abraço.
O que quer que celebres hoje, fá-lo a sorrir.
Abraça alguém
Basta isto para recordares quem és,
o Bem.
Feliz Natal. Feliz Tu. Feliz Nós.
Miguel
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