O vento queimado
ondula
as cinzas no olhar de quem não se vê,
a fuligem é tudo o que resta.
O respirado matinal
enrubescido
humilha o solitário tição exaltado,
a vaidade morreu.
O firmamento apagado
nubla
a pauta luminosa do que resta ao infinito,
este corpo não sou eu.
Guardo o olhar que choveste, deixo as nuvens florirem nos pastos faustos do destino, tacteio mãos e escuridões em busca de um dorso com outras mãos. Curvam-se as curvas da estrada e as margens que me separam da madrugada. Empobrece-me o nada à sombra e resguardo da minha alçada, no noctívago sentimento de aguardar, à candeia ténue da Lua, o suspiro inaudível da vida no meu peito a ancorar...
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